segunda-feira, 7 de abril de 2014

leituras

"A fotografia não se tornou uma arte por pôr em acção um dispositivo opositor da marca dos corpos à sua cópia. Tornou-se arte ao explorar a dupla poética da imagem, ao fazer das suas imagens, simultaneamente, ou separadamente, duas coisas: os testemunhos visíveis de uma história escrita sobre os rostos ou os objectos; e puros blocos de visibilidade, impermeáveis a qualquer narrativização, a qualquer travessia de sentido."

Jacques Rancière, O destino das imagens

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"Há visibilidade que não faz imagem, há imagens todas elas feitas de palavras."

Jacques Rancière, O destino das imagens

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"O rosto não é separável do corpo, em rigor, não é uma parte do corpo (embora a cabeça o seja), mas pode ser desfigurado. Lembre-se a ópera Jenufa de Janácek. Na morte, tal como se compreendeu o primeiro poema da humanidade, Epopeia de Gilgamesh, o rosto transforma-se em argila, em terra, isto é, perdeu o poder de olhar e de respoder ai olhar. Quanto à conversão do todo em rosto, lembre-se a criança dentro das águas maternas que permeia todo o universo final de 2001 - Odisseia no Espaço de Kubrick."

Maria Filomena Molder, Símbolo, Analogia e Afinidade